A polissonografia é o principal exame para avaliar os distúrbios do sono. Este exame é realizado durante a noite,
geralmente em um Laboratório do Sono, com o objetivo de reproduzir uma noite habitual de sono do paciente.
Em alguns casos, o exame pode ser realizado em domicílio (polissonografia domiciliar / polissonografia em casa).
Durante o exame são colocados sensores e eletrodos no corpo do paciente para registrar diferentes variáveis como
atividade cerebral, respiração, batimento cardíaco, movimentos de pernas e nível de oxigênio no sangue.
Estes sensores e eletrodos são superficiais, colocados sobre a pele, não sendo considerado um exame invasivo.
Estes registros serão posteriormente analisados e interpretados por um médico.
A análise da polissonografia mostra, por exemplo, quanto tempo o paciente dorme, quanto tempo
demora para pegar no sono, quanto tempo fica acordado no decorrer da noite, como está a qualidade do sono,
a presença de ronco, a ocorrência de eventos de apneia obstrutiva do sono e sua gravidade,
a presença de movimentos periódicos das pernas.
Outras situações podem ser analisadas como por exemplo presença de arritmia durante o sono,
bruxismo (ranger ou apertamento dos dentes durante o sono), sonambulismo, terror noturno e de
distúrbio comportamental do sono REM (situação em que o paciente apresenta movimentos corporais
de acordo com o conteúdo de seu sonho).
Na suspeita de um distúrbio do sono, converse com um médico para ver se você precisa
realizar um exame de polissonografia e qual tipo pode estar indicado no seu caso.
Existem diferentes tipos de polissonografia e o fato do exame apresentar menos sensores ou de
ser portátil, não quer dizer que é superior ou mais moderno. Quanto menos acessórios tem o
exame de polissonografia, mais incompleta é a avaliação.
De acordo com a Sociedade Americana de Sono, são quatro os
tipos de polissonografia que podem ser realizadas.
Polissonografia Tipo 1: exame completo com parâmetros neurológicos e respiratórios,
realizado no
laboratório de sono e monitorado a noite toda por um técnico que vai observar o sono do paciente,
cuidando da qualidade do exame. É o melhor exame, considerado padrão ouro de avaliação tanto para quadro de
ronco e apneia obstrutiva do sono como para os outros distúrbios do sono.
Polissonografia Tipo 2: também é um exame completo com avaliação de parâmetros neurológicos e
respiratórios, porém é realizado na casa do paciente. A desvantagem é que como o técnico não está presente,
pode ocorrer falha em algum sinal e o exame ficar de difícil análise ou ser necessário repetição.
Quando o paciente é preparado na sua própria casa, pelo técnico que vai pouco antes do horário habitual do
paciente deitar-se, a qualidade do exame é melhor e o índice de repetição do exame é menor.
Polissonografia Tipo 3 (polissonografia domiciliar / polissonografia em casa): é um exame simplificado, somente com parâmetros respiratórios,
ou seja, serve somente para avaliar quadros de ronco e apneia do sono. Nenhum parâmetro de sono será
analisado. Este exame é mais indicado para os pacientes que precisam de tratamento para ronco e apneia do sono.
Polissonografia Tipo 4: não é na realidade uma polissonografia. É uma forma indireta de
avaliar as paradas de respiração. Estes exames utilizam valores da saturação de oxigênio (semelhante a
um oxímetro colocado no dedo), onde é estimado que cada episódio de queda do oxigênio corresponderia a
um evento de apneia do sono. Esta forma de avaliar é a mais incompleta e inespecífica de todas e de
forma alguma poderia ser indicada para todos os pacientes com suspeita de apneia obstrutiva do sono.